GRÊMIO em Alerta - Automedicação de Léo Gago mobiliza atenções


Caso de automedicação de Léo Gago coloca o Grêmio em alerta
Clube quer evitar surpresas e possíveis riscos de punições sobre atletas do grupo
Caso de automedicação de Léo Gago coloca o Grêmio em alerta Ricardo Duarte/Agencia RBS 
Luís Henrique Benfica

O caso Léo Gago fez aumentar no Olímpico a preocupação quanto aos riscos da automedicação. Ao tentar combater uma gripe por conta própria, o volante se expôs ao risco de uma suspensão e forçou o técnico Vanderlei Luxemburgo a alterar o esquema tático para a partida contra o Caxias. O jogador foi multado por descumprir o regimento interno do clube.

Os alertas quanto aos riscos da automedicação são permanentes. Curiosamente, são os jogadores casados os que recebem maior orientação, pela possibilidade de absorção pela pele de cremes usados pelas mulheres. O médico Alarico Endres cita o caso de um jogador do Fluminense, flagrado no antidoping por utilizar numa lesão, inadvertidamente, o mesmo creme usado pela mulher. A medicação continha hormônio de crescimento, substância vetada pela legislação.

— Em alguns casos, a suspensão é uma estupidez — entende o médico.

O risco de suspensão não é representado apenas pelo exame antidoping. Também são uma ameaça os exames de surpresa realizados pela CBF. Um dos exemplos citados é o da ginasta Daiane dos Santos, flagrada em exame em 2009 mesmo sem estar participando de uma competição oficial.

Quinta-feira, por conta própria, Léo Gago passou a usar medicação antigripal. Informados pelo jogador na véspera da viagem a Caxias do Sul, os médicos Alarico Endres e Paulo Rabaldo descobriram que uma das substâncias da medicação poderia aparecer no exame, através de um teste quantitativo. E recomendaram que ele não atuasse.

Ouvir uma reprimenda de Luxemburgo foi o menor dos prejuízos de Léo Gago. Caso fosse flagrado no exame antidoping, o volante corria o risco de uma suspensão de até dois anos.

No Gauchão, apenas a dupla Gre-Nal solicita a realização de exames antidoping. Ela mesma banca os custos, estimados em R$ 5 mil por partida. Em jogos do Brasileirão, o valor do exame é descontado da renda do jogo.


Os riscos da automedicação:
Jogadores casados merecem cuidado especial. Há casos em que eles precisam tomar a mesma medicação recomendada às esposas, passível de ser identificada no antidoping;

Cremes íntimos usados pelas companheiras, que contenham substâncias proibidas, podem ser absorvidos pela pele do jogador durante o contato sexual e aparecer no exame. Nesse caso, recomenda-se a utilização de preservativos;

Por vezes, a medicação recomendada às mulheres dos jogadores passa pela avaliação do departamento médico do Grêmio. Há casos em que a ginecologista recomenda uma nova medicação, menos perigosa para o jogador;

O Grêmio é quem fornece a medicação aos jogadores que apresentem algum problema. Em caso de urgência, os médicos recomendam que eles comprem produtos de laboratórios credenciados pelo clube;

Curiosamente, os jogadores jovens são os que menos preocupam os médicos. Como já são advertidos desde a base quanto aos riscos da medicação, são eles os que mais consultam os médicos quanto ao que podem usar.

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