E AÍ ? FUTEBOL ARTE X FUTEBOL DE RESULTADO

O TAL “ JOGAR BEM , MAS NÃO VENCER” – QUEM SE CONVENCE COM ISSO?

Comecei a escrever mais, especificamente, sobre o tema, devido à constantes polêmicas que são travadas nas rodas esportivas, tanto nos programa de debates(nacionais inclusive), quanto nas esquinas por onde o futebol é assunto.

Já destaco o resultado pelo campeonato brasileiro, na quinta feira(14/07) entre Corinthians 1x0 Inter. Duas das mais tradicionais equipes do nosso futebol, num confronto muito disputado, porém mantendo o time paulista numa seqüência de vitórias interessantes , nessa competição.

A frase mais falada pelo lado Colorado, entre outros que opinaram sobre o jogo : “ O Inter jogou bem, mas perdeu” – “ Não merecíamos ter perdido o jogo”.

Onde existe justiça no futebol? No jogar bem, ou no resultado?

A partir dessas questões, viajo no tempo e começo em 1974, quando vimos um futebol vanguardista, dinâmico, extremamente técnico, chamado de “Carrossel Holandês”, aplicado num conceito moderno para a época dos “ponteiros”.

Ganhou essa máxima pelo apelido , exemplificado até hoje, quando algumas equipes tentam imaginar algo assim, mas que não arrematou o título da Copa do Mundo daquele ano.

Um pouco à frente , 1978, A Seleção Brasileira , do técnico Cláudio Coutinho, ficou em terceiro lugar na Copa da Espanha, recebendo o honroso título de “Campeão Moral”, por não ter perdido nenhuma partida na disputa.

Veio , então, a tão laureada seleção que aplicou o chamado “Futebol Arte” – a Seleção Brasileira de 1982. Telê Santana, escalava os mais técnicos atletas brasileiros, para a disputa daquela Copa , realizada na Espanha, e que ficou na saudade , num amargo resultado contra a Itália, onde Paolo Rossi, marcou três gols contra o Brasil, e eliminou a equipe brasileira de atingir o “caneco”.

Em 1986, fomos eliminados nos pênaltis, pela França de Platini. Zico, até errou uma da cobranças.

A “Era Zico”-talentoso jogador de futebol -(1978 à 1986) passou pelas Copas sem conquistar um título do mundo.

Na busca de recuperar a força internacional do futebol brasileiro, ao longo da história das Copas, chegava a década de 90. A chama “Era Dunga”, mostrava nova concepção tática, onde a formação do três zagueiros, era na estrutura tática de algumas seleções.

O futebol, que na década de 80 , abreviava as formações mais agudas, com dois ponteiros abertos, e um centroavante, promovia um meio campo com mais jogadores, e uma linha de defesa mais cautelosa.

Passaram-se 24 anos do Tri campeonato da Seleção Brasileira, em Copas, quando em 1994, numa transformação tática, que acompanhava as evoluções do futebol do exterior, o conceito com dois volantes , na esquematização tática, trouxe de volta a conquista de uma geração, que passou anos frustrando-se em frente à TV, assistindo as constantes eliminações do time brasileiro em Copas do Mundo.

A partir daí, a Seleção Brasileira adaptada ao futebol estrangeiro, com muitos de seus jogadores atuando nas equipes da Europa, acostumaram-se em novas formas de disputas táticas, fazendo com que o Brasil, pudesse resgatar a sua característica de disputar títulos mundiais.

Em 1998, na França, chegávamos à final ,novamente. Porém, um episódio psicológico abalou toda a equipe. Na concentração, um quadro convulsivo grave, acometeu o melhor jogador do mundo – Ronaldo Nazário – e abalou o grupo às vésperas da decisão. Mesmo assim, o vice campeonato mundial deixou a certeza de ser, o Brasil, novamente o “país do futebol” , abrindo , ainda mais, os mercados para profissionais brasileiros no exterior.

Em 2002 o penta, chegou no comando de Felipão, um técnico que caracteriza suas equipes pelo estilo copeiro.

Em apenas doze anos, o futebol da “Era Dunga”, foi finalista em três edições consecutivas da Copa do Mundo, sendo em duas delas detentora do título de Campeão Mundial, resgatando o respeito e a condição hegemônica do futebol brasileiro no cenário mundial.

Recuperando o jogo do Brasileiro, entre Corinthians 1x0 Inter, o próprio vice de futebol Colorado, Roberto Sigman, declarou a seguinte frase : “ Não adianta jogar bem, e perder!”

Pois essa é a polêmica nos debates, defendida por alguns torcedores mais românticos do futebol saudosista.

O melhor argumento desses , são algumas exceções do atual futebol mundial : Santos F.C. e o Barcelona, que forma a base da seleção espanhola , atual Campeão Mundial.

Beto Vetromille

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