BENTO FREITAS : Será Que O "Caldeirão" Vai Ferver ?

Há algum tempo, faço essa pergunta, sobre o impácto , que sofriam os adversários do Xavante, nos jogos do Bento Freitas.
É apenas uma reflexão dos tempos...
Relembro, as vezes, nos jogos dramáticos, por vezes heróicos, com vitórias e outras conquistas obetidas pelo Rubro Negro, no seu reduto, contra grandes equipes , que desafiariam a lógica sobre imaginar um resultado diferente de uma derrota, frente as tais dificuldades imaginadas.
Só para ilustrar, o marcante jogo de 1985 , quando venceu o Flamengo de Zico & Cia. NOS ANOS 90
1995 - Com parcos recursos, o Xavante disputava pela primeira vez a Série C.
Sem todo o melhor aparato , tanto financeiro, quanto da estrutura de material para os trabalhos em campo, o time da "pagada", e com alguma qualidade técnica, fez uma campanha guerreira, chegando até Piracicaba, contra o potente XV de Piracicaba, pelo Terceiro Mata Mata, perdendo lá por 2x0, definindo o time paulista como um finalista da competição, e sagrado campeão da mesma, ascendendo à Série B do Brasileiro.
Mais precisamente, em 1996, o Xavante , que havia subido para a Primeira Divisão, e encarou uma fórmula do Gauchão, na fase final, com dois quadrangulares, absorvendo os dois times vindos da Segundona - Brasil e Santo Ângelo.
Numa chave , Grêmio, Glória , Caxias e Sto Ângelo ; na outra chave - Internacional, Juventude(Parmalat),Ypiranga de Erechim e Brasil. Para definir , ainda mais as diferenças, o Xavante tinha apenas um pequeno recurso de uma loja da cidade, a antiga Paquetá, com material da Penalty, mas de longe em comparação com o que possui hoje.
A Parmalat era poderosa na Serra gaúcha, além da Gradiente com o time de Erechim.
A APLUB, entre outros patrocinadores, fortaleciam o time da capital.Dois resultados surpreenderam naquela fase , dentro do Bento Freitas :
Brasil 2x0 Juventude(completo) e Brasil 1x0 Internacional, de Gamarra(zagueiro da Seleção Paraguaia) e Goicocheya(goleiro pegador de penaltis da Seleção Argentina).
Lembrando , ainda, no jogo do returno contra o Inter no Beira Rio:
Uma caravana com mais de 60 ônibus estacionados nos arredores do estádio colorado.
No campo, o xavante perdeu de goleada - 5x1. Inesquecível, o momento quando o xavante sofreu o 4º gol - a Garra Xavante, num expressivo apoio ao time, pela luta e dedicação no jogo, começava a tocar o Tema da Vitória, juntamente de um coro com mais de 5 mil torcedores rubro negros, ecoando o grito de "rubro neegrooo", claramente, identificando que o time não podia vencer , apenas por estar em desvantagem técnica frente ao poderoso time Colorado.
A LOGÍSTICA
Hoje, o clube conta com belo material esportivo, salários em dia, dentro de ótimas condições de Departamento Médico, entre outras evoluções, contraditórias àquele período passado, onde se buscava as mínimas condições de trabalho para desenvolver o melhor do time dentro de campo.
O "CALDEIRÃO" FERVILHAVA
Nas tardes daqueles dias , o fator local foi empolgante.
Emoção de arrepiar a pele, dos que estavam dentro de campo, como pude sentir esse privilégio, na condição de preparador físico do time xavante.A identificação de vários atletas com o clube e com a torcida, tenho certeza, fazia muita diferença para envolver essa condição, empurrando os adversários para a derrota, fosse pela qualidade , fosse pela imposição de garra e luta .
O Brasil , em casa, era capaz de perder um ou outro jogo, mas sempre com a certeza de que o adversário foi melhor. Nunca perdia para si mesmo.
O fator local era elemento de motivação para os jogadores.
Era a segurança de se ter uma torcida ao seu lado ajudando a vencer dificuldades.
A "entrega" do grupo era fato determinante, mesmo que houvesse limitações técnicas.
Vejo, que nos grupos mais recentes, poucas vezes o Brasil definiu esse tipo de característica.
DIAS DE HOJE
Talvez, no passado mais recente, relembre o time de 2008, na Série C, comandado por Itamar Schulle, quando abaixo de chuva, em certos jogos, forte limitações de gramados pesados, entre outras, o Brasil empurrava sua força para cima dos adversários, buscando, ou até construíndo, resultados expressivos, que se não lhe deram o acesso para a Série B do Brasileiro, foram capazes de conseguir resultados importantes de receber o "empurrão" da torcida em apoio a sua respectivas atuações.
E de agora em diante?
Uma nova etapa será iniciada na Baixada para buscar a Série B.
Vamos aguardar para saber o quanto poderemos rememorar o fervilhar do caldeirão, com jogos emocionantes , quem sabe inesquecíveis, para marcar um ano fundamental ao completar seu centenário em setembro/2011.
Blog Opinião Independente - Beto Vetromille

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