HÉLIO VIEIRA FALA AO BLOG OPINIÃO INDEPENDENTE

E X C L U S I V O
Esclarecimento
Como sempre faço, dentro de um trabalho apenas jornalístico de igualdade , ofereço este espaçodo blog, em mídia eletrônica, para aqueles profissionais e/ou dirigentes, que desejem manifestar suas opiniões ou entrevistas sobre o tema do futebol, dentro da ética e bonsenso, daquilo que entendo como claro e justo com as atitudes democráticas de expressão livre dessas idéias.
O CONVIDADO FOI TÉCNICO HÉLIO VIEIRA
Numa conversa informal, na tarde dessa terça feira(26/04/2011) Hélio Vieira esteve, por mais de uma hora, conversando comigo e esclarecendo pontos ,bem definidos, sobre o que aconteceu no bastidor xavante, desde setembro de 2010, quando foi procurado pela direção do G.E. Brasil para ser o técnico no ano do Centenário Rubro Negro, tanto para a Segunda Divisão ,quanto na Série C do Campeonato Brasileiro, do mesmo ano. A conversa foi gravada conforme autorização de Hélio Vieira, e seu contexto será transcrito a seguir. DO COMEÇO ... Setembro de 2010 Nas duas vezes reunidos , direção do clube e o profissional , o acerto foi bem objetivo, independente da condição financeira oferecida, pois era um sonho do técnico , comandar o time Xavante no ano de tanta importância histórica. O GRUPO DE JOGADORES O Primeiro Estágio do planejamento, foi estabelecido com a formação de um grupo de atletas, dentro das condições financeiras da realidade do clube, mas que pudesse levar o time à classificação para a etapa seguinte da competição, o que acabou ocorrendo, com três rodadas de antecipação. A partir da conclusão dessa etapa o grupo receberia o reforço de 5 a 6 jogadores , sendo que dois desses já estavam contratados pelo Brasil - o volante Ramos e o zagueiro Vinícius, ambos emprestados para clubes de Série A do Gauchão, mas com retorno previsto para a seqüência da Segundona. Além desses , mais três ou quatro outros de primeira divisão poderiam ser buscados, mas de acordo com aquilo que fosse avaliado como necessário entre técnico e direção. "O primeiro estágio foi cumprido com sobra, e isso foi a coisa que mais me deixou tranquilo, pois tudo aquilo que eu disse que se faria, foi feito" - destacou Hélio Vieira. DIFICULDADES A primeira dificuldade no trabalho, além da própria disputa em campo, entendida pelo técnico, foi o que ele explica como "cobrança exagerada" , por parte do Departamento de Futebol. Embora os resultados positivos na tabela de classificação fossem conquistados, havia um discurso externo contrário àquilo que estava combinado no planejamento de trabalho. Por isso, Hélio resolveu solicitar à direção que acelerasse a busca por novos reforços, para que isso fosse resolvido. Com essa etapa já com a classificação definida, a busca por novos jogadores seria , possivelmente, facilitada visto que haveria tempo para tentar "chegar na frente " de outras propostas à jogadores , os quais também poderiam interessar ao Brasil. Hélio Vieira, entende que uma das coisas que mais dificultaram essa etapa, foi a lesão do centroavante Claiton. Essa lesão afastou o jogador por sessenta dias. Assim, a necessidade de acelerar a contratação de um outro centroavante se tornava mais urgente, pois seu plano tático evidenciava a figura de um jogador com essa característica, ou seja , de ser um jogador de área, que fosse de retenção de bola, e melhor aproveitamento nas jogadas de bola aérea. DISCORDÂNCIA " A direção achou que não era necessidade, até por determidadas linhas de pensamento, que eu não sei o quão compententes, e o quão entendedores de futebol, achavam que não precisava de um centroavante, e chegou ao ponto de, em uma reunião eu dizer : cara , o treinador sou eu , o time sou eu que escalo, o modelo tático foi idealizado por mim, e precisa de um "9". Coisa desse tipo que acabaram nos atrapalhando" - manifestou o técnico Hélio Vieira. RENDIMENTO INICIAL Era considerado muito bom, tanto pela imprensa, torcida e direção xavante, visto que o técnico tinha todos os jogadores a sua disposição, num começo de trabalho muito animador. " Porém, junto com esse começo, vieram os discursos meio sem nexo, sem conhecimento e mostrando uma idéia( vendendo uma idéia) completamente errada para o torcedor. Declarações de um dirigente (Hélio não cita o nome) do tipo : " nós vamos patrolar todo mundo" , " não admito nem empatar" ... (tem umas que são de rir , falou Hélio)... - eu conheço jogador só de caminhar, não preciso nem ver jogar" . Segundo Hélio Vieira, isso gerou uma expectativa elevada no torcedor , da qual o Brasil teria montado um "super time", coisa que não era a realidade. " Com isso , eu me apressei em contrapor ,porque isso não era verdade. Não se montou um suoer time. Se montou um time dentro das condições do Brasil, principalmente em outubro , novembro, se tinha dificuldade de competir com propostas de outros clubes. E isto, certamente, gerou uma expectativa fantasiosa no torcedor. Eu entendo perfeitamente a cobrança do torcedor por que ? Porque foi vendida a imagem que o time era o Real Madrid, que técnico era o Mourinho e que um dos atacantes seria o Cristiano Ronaldo...completamente diferente daquilo que era o realidade do clube" - destacou Vieira. O PONTO PRINCIPAL DESSA DIVERGÊNCIA A causa primária desse conflito entre técnico e dirigente(que Hélio não cita o nome) foi a negação por parte desse diretor em relação a necessidade de um novo centroavante, bem como , com os discursos ufanistas sobre o rendimento real do time rubro negro. O VESTIÁRIO DO BRASIL TINHA UMA TENSÃO QUE ERA DESPROPORCIONAL "As coisas tinham uma ordem, e estavam seguindo a ordem e com resultado. A partir de cobranças exageradas e desmedidas, gerou instabilidade, intranquilidade, num ambiente de vestiário de repulsa à esse dirigente, numa situação criada pelas declarações que eram dadas, que até jogadores experientes ficarem intranquilos ... pois parecia que a cada jogo era uma prova definitiva daquilo que esse jogador seria capaz de fazer ou não , que a continuidade dele estaria sempre posta à prova" - acrescentou Hélio Vieira. O problema pessoal gerado pela discordância entre diretor e técnico, transformaram o ambiente num momento muito difícil de trabalhar no futebol da Baixada.
O ÚLTIMO JOGO CONTRA O SÃO PAULO
Hélio Vieira , amplia essa avaliação :
- " Na semana do jogo contra o São Paulo, havia um planejamento, por parte da Comissão Técnica, de pensar mais adiante na competição, sobre um recondicionamento físico geral do grupo de atletas, aproveitando a classificação antecipada, embora o risco do resultado adverso estivesse contabilizado. O Kanela trabalhou forte aquela semana. Mas isso ,para quem é do meio do futebol é mais fácil de entender. Seria o preço que pagaríamos naquele jogo,mas ganharíamos mais lá na frente."
No contraponto , Hélio perguntou:
" E quem nos avalia? Será que tem toda essa capacidade de entender isso ? Ou pelo menos a humildade de antes de emitir a opinião , nos perguntar ?"
O DISCURSO DO VICE DE FUTEBOL
" O primeiro discurso foi de apoio ao trabalho, diferente dos outros de cobrança. Pelo menos alguém com coerência e memória. Acreditávamos, que naquele momento, a coisa tinha serenado. Na cabeça de quem é profissional, a coisa estava seguindo os rumos." Hélio admitiu sua admiração pelo trabalho realizado por Rogério Zimmermann, no Acesso de 2004, falando sobre como ele soube administrar as críticas, discondância de imprensa, e pressão de torcedor. " A diferença foi que ele(Rogério) teve pessoas que sustentaram aquilo que tinha sido combinado." "A coisa foi pessoal. Um devaneio por quem se intitula conhecedor de futebol. Acabou atrapalhando e tumultuando , para que a situação tivesse esse desfecho
" Opiniões diferentes entre os diretores, que compunham o departamento de futebol, eram ouvidas , por quem decide, com pesos diferentes."
SOBRE O PREPARADOR FÍSICO - KANELA
"O trabalho foi bem feito!" Hélio defendeu o alto conhecimento técnico do profissional , além do vasto currículo , sua capacidade e qualidade, ironizando, que aqui , parece que os profissionais " desaprendem ", tem aminésia técnica, a ponto de errar tanto no trabalho. "O Kanela foi mais um amigo que fiz no futebol. Um escudeiro, fiel, pessoa da melhor qualidade...confiável, coisa que raramente se encontra no meio da bola." Com isso, Hélio questiona a capacidade dos dirigentes que os avaliaram : -" Tem dirigente que vai olhar um trabalho tático - ataque contra defesa -interpretando que aquilo foi um coletivo!!! "
SOBRE A FORMAÇÃO DO GRUPO
Visualizando todas a três etapas do planejamento, o grupo foi formado com a condição ,de que, até o Segundo Estágio, que culminaria até o final da Segunda Divisão, aportariam os reforços já citados, e mais alguns que poderiam vir à futruro, vislumbrando a qualificação para o Terceiro Estágio, o qual seria a Série c do Brasileiro. Um desabafo... "As avaliações que eram feitas , devem sofrer avaliações. Os avaliadores, sejam avaliados. E que fique claro ,do que eu combinei, tudo foi realizado e não me afastei em nada." - afirmou Hélio Vieira. " Para quem quer trabalhar em futebol , tem que ter capacidade de suportar a pressão. Não se pode ceder na primeira vaia ou na primeira cobrança" - Hélio acrescentou. Uma certeza : " Continuo torcendo pelo Brasil e que as coisas deêm certos." HÉLIO CONTESTA O ERRO NA COMPARAÇÕES ENTRE OS TRABALHOS - "Há uma má vontade ou desconhecimento. Esse grupo foi montado, também, pela direção. Jogadores que estão no grupo ,também, foram indicados pela direção." Confira: Luciano - Direção Adilson e André - Helio Jackson - Direção Rodrigo -Direção Ronan - Helio Galego - Direção Carlos Alberto - Hélio Wilson - Direção Moscatelli - Direção Marangon - Hélio João Emir - Hélio Cinval - Hélio Miguel - Direção Claiton - Cléber indicou Felipe Oliveira - Hélio Flaviano - Direção Ramos e Vinícius - Direção DESCONTENTAMENTO - " Jogadores , que quando iam mal, a indicação era do técnico Hélio Vieira. Caso em contrário, surgiam "padrinhos" de " fui eu quem trouxe", argumentou Hélio sobre a forma de qualificar o rendimento dos jogadores de acordo com os resulados." Hélio afirma dividir os percentuais de contrataões com os méritos da direção. FOSTE INJUSTIÇADO ? " Não existe isso de injustiçado!!! Eu me sinto é indginado !!! - " É só fazer um apanhado do que falaram, e o que eu falei, desde o começo. E ver quem manteve a coerência no discurso mais profissional, e comparar com a outra linha dos destemperos, da patrola, do não admitir nem empatar, do conheço jogador só de ver caminhar, de estamos avaliando o trabalho..." O PONTO FORTE DOS EQUÍVOCOS " O ponto que culmina , que é a cereja do bolo foi o "...seríamos BURROS ou LOUCOS se trocássemos o Hélio sem dar os reforços para ele..." Hélio, manda o recado : " ESCOLHAM A FILA . . . PRA QUAL FILA QUE VÃO!!! "
O MELHOR AMBIENTE NO VESTIÁRIO
" Eu aturei coisas (esse é o termo) ponderado pelo Kanela e pelo Cléber, pois o melhor que se tinha era o ambiente entre os funcionários e atletas com a Comissão Técnica. "
RECADO FINAL PARA QUEM GOSTA DE SER DIRIGENTE DE FUTEBOL
Ao final dos 49'e 28" de gravação desta entrevista, Hélio deixou um recado para quem tem aspirações de trabalhar dentro do futebol: " Ser dirigente ou técnico de futebol, tem que se ter competência e preparo para isso. Como dirigente, a primeira coisa, é que se respeite um projeto, as pessoas que se contrata, que cumpra , em termos de andamento do trabalho, aquilo que foi acordado, e que seja MACHO suficiente para aguentar a crítica, a cobrança, pois isso acontece aqui e em qualquer lugar. Quem não suporta a crítica, não suporta ser cobrado, ser cotestado , não pode trabalhar em futebol. Tem que se manter na arquibancada. A postura de dirigente, por mais torcedor que seja, ele tem que ter um comportamento diferente de ser torcedor. Se ele dirigir o clube como torcedor , por certo não será um bom dirigente."
COMPROMISSO ASSUMIDO
CONFORME SOLICITAÇÃO DO PROFISSIONAL , ESTE MATERIAL FICARÁ DIVULGADO APENAS ESCRITO NO BLOG OPINIÃO INDEPENDENTE - Blog do Beto Vetromille, NÃO SENDO REPRODUZIDO EM QUALQUER MEIO RADIOFÔNICO OU OUTRO, PRESERVANDO O RESPEITO OFERECIDO NA COMPOSIÇÃO DESSA ENTREVISTA. Mais uma vez, agradeço a confiança e a credibilidade depositadas pelo técnico Hélio Vieira, no trabalho realizado no Blog Opinião Independente. Blog Opinião Independente - Beto Vetromille

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