Amadurecer antes de crescer

Já faz um tempo , que tenho procurado refletir sobre algumas situações do nosso futebol pelotense.
Tradição, histórias de um passado de conquistas , além da paixão motivadora de sonhos alentados ao longo desses mais de cem anos, nos mantém vivos no desejo de vermos nossos clubes disputando uma primeira divisão de Gauchão, e mais recentemente, os acessos nas competições nacionais. Série B é um sonho que toma forma na Baixada há 4 anos. Um dos pensamentos mais imediatos dá conta de que "subir para aportar o dinheiro da TV, e dar o salto de qualidade." Na Boca do Lobo, essa mensagem já tenta fazer mais eco. Porém, ainda faltam duas divisões nacinonais até chegar ao famoso investimento de apoio. Nos últimos tempos o melhor trabalho conquistado pelo Áureo Cerúleo, na minha opinião, foi o retorno à Série A do Gauchão. Só em 2011, o Pelotas, bem como os demais clubes, excetuando a dupla GRENAL, aportará valores próximos de R$ UM MILHÃO, para todo o campeonato. Sabe-se , que até esse momento, os cofres da Avenida , não se abasteceram dessa verba. Portanto, um ano que deverá repetir, ou até melhorar, o resultado de chegada no gauchão 2010, se não contratarem apenas pelo quanto ganham os profissionais.. Não há necessidade de uma grande obra , para essa disputa. São jogos regionalizados. Gastos menores, mas proporcionais, ao que se deva desenvolver no campo, com uma equipe mais atrelada ao comprometimento, do que apenas pelos salários.
" COMO IR AO BAILE DE DEBUT ? " Eu comparo essa idéia àquela do amigo mais humilde , que recebe um convite para o baile de debutantes, mas não tem roupa adequada para vestir. Então, esse amigo , nos pede emprestado um smoking , e vai ao baile. Por sorte, a menina do baile , lhe dá o crédito e confiança de ser um "novo rico" , nas rodas sociais à serem frequentadas. Mas como manter-se , financeiramente, e com outros atributos necessários, para uma elite social assim?
O FUTEBOL DE GRAVATA e CHINELO DE DEDOS No futebol é semelhante. Se tudo se resolvesse apenas com o dinheiro da folha de pagamento, o futebo seria decidido pelo vice de finanças do clube, e não mais, pelos departamentos de futebol. É preciso ter planos de crescer nas estruturas que vão desde a do pensamento administrativo, até o de como desenvolver as fontes básicas de recursos, que suportem essas evoluções. Nossas receitas imediatas são sempre os famosos quadros de sócios, no afogadílho das campanhas, nem sempre bem esclarecedoras, que só percebem o retorno financeiro , razoável, se os clubes estiverem rendendo no campo, com resultados mais alentadores de vitórias. Não oferecemos tanto, pelo tamanho do quanto essa necessidade dos clubes , em relação ao que deva ser recebido para tal. Outra maneira instantânea , vem daquela de se formar um time "caro", com folha alta, para vencer apenas pelo tamanho dos salários pagos aos atletas e outros profissionais. E não se pode esquecer que , quando essas etapas chegam nas fases derradeiras , e os resultados não os mais satisfatórios, o clamor pelas "categorias de base" aparece nesse pensamento anestésico , que mais serve para desfocar , e tentar responder, o torcedor, do que solucionar o mal rendimento de todo o processo. Em síntese , devemos repensar nossos passos. Quero ,sim, um BRAPEL de Série A do Brasileiro ! Apenas desejo, que possamos amadurecer bem , antes desse crescimento , com uma base mais sólida, patrimonial, administrativa e financeira , que nos permita permanecer no mais elevado plano do futebol brasileiro. Blog Opinião Independente - Beto Vetromille

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