SEMPRE PROCURARAM UM "VILÃO"

Mesmo que as pessoas manifestem a ansiedade de ter uma resposta para erros nos desempenhos dos processos da vida, é necessário se saber dosar o quanto , o como e o porque apontar um "culpado". Refiro-me,aqui, ao futebol. Nas realidades diversas, que abragem este contexto, é comum, por um efeito cultural, apontar alguém para ser responsabilizado pelos erros do coletivo, de um processo de trabalho, que não tenha atingido, plenamente, o resultado. Recuperando a história: Copa de 1950: Barbosa(goleiro)

Houve um tempo aí pelas décadas de 40/50, que no futebol brasileiro, goleiro tinha que ser alto e loiro.

Negro e jogador de bola era mal visto. Imagine negro, jogador de bola e… goleiro.

Além disso da profissão ser mal vista, goleiro negro ainda carregava a pecha de ser “azarado”. Principalmente, depois da Copa de 50, quando Barbosa foi penalizado como o culpado da derrota para o Uruguai na final e carregou essa sentença até o final de sua vida. Seguindo Copa de 1966: Manga (goleiro) Copa de 1974: Marinho "Bota"(lateral esquerdo) Copa de 1982: Toninho Cerezo(volante) Copa de 1986: Zico(meia) Copa de 1990: Dunga(volante) Copa de 1998:(Ronaldinho-o efeito de sua crise de saúde) Copa de 2006:RobertoCarlos(lateral esquerdo) Copa de 2010: Felipe Melo(volante) Reparem, que em sua esmagadora maioria, são os jogadores ligados à defesa, os que mais aparecem na lista. Nota-se o Zico, mas pelo erro do penalti em 86. Mas porque esses jogadores ficam estigamtizados? Simples: jogadores ligados à lances terminais. A tal "última imagem é que fica." São sempre lances que redundam em gols. No caso do Zico, a perda de um. Mas isso, por vezes pode encobrir a origem do erro. Onde teria começado o erro? Se vale a máxima de que futebol é coletivo, mais do que nunca deve-se olhar a eliminação da Seleção Brasileira pelo todo.
Fiquei atento...reparem.
Eu vi com atenção a entrada da Seleção Brasileira no jogo de ontem. Faço isso, seguidamente, pelo hábito dos anos de vestiário, como preparador físico, que tinha a necessidade de "sentir" o espíriro do grupo para o jogo, e a partir dali, estabelecer um rítmo, a intensidade de aquecimento para entrar em campo. Pois, no caso da Seleção, notei ,visivelmente, a ação do zagueiro Juan, passando a mão em seu rosto, com expressividade tensa, ansiosa, e diria de preocupação. O técnico Dunga, na entrevista coletiva pós jogo, declarou que houve "perda de foco" no segundo tempo. Não menos verdade, a Seleção da Holanda, não entrou tão a vontade como se poderia imaginar. Não fez um bom jogo no primeiro tempo, e permitiu ao Brasil, até ampliar o placar na fase primeira da partida. O que teria ocorrido no vestiário, durante o intervalo, a ponto de mudar uma atitude brasileira? Não temos ,ainda, respostas. Talvez nada além de um excesso de confiança, quem sabe? O fato é que teremos que assitir ao final da Copa, sem nossa Seleção.
Vou torcer pelo Uruguai.
Nada de nacionalismos exagerados, mas por ver um futebol, que embora nossos erros de 1950, onde fomos derrotados pelo excesso de confiança, com o velho espírito de soberba sobre nossos irmãos fronteiriços, resgata uma capacidade de jogar e marcar com espírito solidário e coletivo. Nada de sistemas arrojados ou sonhadores. O Uruguai joga um futebol que me agrada. Marca, joga, dá "chegada" se precisar, tem espírito aguerrido, além de criar lances de qualidade com o "maestro" Fórlan. Admirei o estilo de jogo dessa seleção desde o seu segundo jogo nesta Copa . Por estes motivos, justifico minha opção de torcedor. Bom jogo à todos Texto: Beto Vetromille

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