PRÉ TEMPORADA - Entenda um pouco mais

O começo do ano no futebol brasileiro: aspectos da pré-temporada dos clubes

Durante as próximas semanas, os principais clubes de futebol do Brasil , realizam a chamada pré-temporada. Nesse período, o alvo é apresentar o planejamento estratégico do clube e o plano de ação dos profissionais envolvidos em todas as áreas do departamento de futebol, com as realidades e recursos, no desenvolvimento de uma performance para alto rendimento.

A condução dessa trajetória é efetuada a partir de uma análise da metodologia aplicada em anos anteriores, com uma convergência de conhecimentos científicos e empíricos na busca de uma excelência em termos de resultado.

Após a definição da meta e filosofia da agremiação para a temporada, forma-se, então, a equipe de profissionais que executarão o trabalho - comissão técnica e grupo de apoio. Em seguida, vem a etapa de diagnóstico, que tem como foco central a produção de informações multidisciplinares.

Com o suporte da Bioestatística e da Informática, tais informações serão analisadas e o processo de transferência de métodos permitirá a interação entre cada disciplina no desenvolvimento de um plano de ação.

O staff técnico buscará em algumas disciplinas, como Medicina (Ortopedia e Clínica), Fisioterapia e Odontologia, Nutrição, Biomecânica, Fisiologia do Exercício, Serviço Social, Psicologia, Preparação Física e na assistência técnica a organização da logística da pré-temporada. Em uma terceira fase, a análise dos dados, com o processamento de informações e análise interdisciplinar, entra em cena, precedendo o desenvolvimento do plano de ação a partir da criação multifatorial e coletiva visando a excelência para a condição de jogo.

Reduzida a aproximadamente 15 dias, a pré-temporada promove debates em relação à estratégia mais eficaz para se colocar em um patamar ideal os atletas: realizar-se treinamentos à exaustão ou conceder ao grupo períodos abruptos de relaxamento para uma melhor absorção dos treinamentos? Jogadores que forçam , demasiadamente, sua preparação acabam por apresentar uma queda no seu rendimento, ao contrário do que se espera. Já os que interrompem os treinamentos, apresentam alguma perda no desempenho, com a contrapartida de poderem se recuperar com mais rapidez.

Nem sempre a intensidade do treinamento provoca a maximização da performance. O excesso de treinamento , pode acarretar diversos tipos de problemas, como a síndrome de supertreinamento, com a depleção de glicogênio muscular.

Observações

Muitos treinadores reclamam que o tempo para a preparação de uma equipe é curto , e que por isso , alguns times demoram a engrenar. E dizem que a pré-temporada serve para trabalhar a parte física do atleta , e na maioria das vezes, sem bola. Mas qual é a real eficácia disso?

Afinal, o futebol não se joga com bola?

Qual a relevância de se treinar sem a mesma?

Num jogo de futebol você tem que correr com e sem a bola, porém em função dela, além de desviar dos adversários e não se colocar no mesmo lugar que o seu companheiro. Porque então os treinos são quebrados e tem os seus aspectos físicos, táticos, técnicos e psicológicos treinados separadamente? No jogo esses fatores ocorrem num mesmo instante. No treino o atleta corre em linha reta de um cone a outro, mas e no jogo? A maior incidência é ele correr e ao mesmo tempo ter que fugir da marcação, calcular e raciocinar a direção e velocidade da bola.

Vemos alguns jogadores que correm e passam da bola, ou que chegam nela, mas não conseguem dominá-la. Alguns treinadores dizem que isso é ritmo de jogo e que se obtém o ritmo jogando. Mas se o treino chegasse próximo ao jogo e integrasse as suas variáveis certamente o período da pré-temporada seria mais eficaz e o atleta já chegaria ao jogo com o ritmo dito pelos treinadores.

E a parte física? Essa se dá na intensidade de execução da tarefa e dos exercícios. É um trabalho integrado. Muitos atletas correm, correm e correm durante uma partida, mas não fazem nada de relevante no jogo . Outros , que não encostaram na bola na partida inteira ,acabam decidindo o prélio num único passe.

O processo de treinamento tem as suas partes, mas deve ser sempre visto como um todo e cada fragmento têm que estar intimamente ligado a outro. Num cruzamento não é necessário ser forte e alto para disputar a bola com o zagueiro, mas sim chegar antes dele.

Matéria enviada por um leitor, que pediu para não ser identificado.

Mas óbvio , que sei de quem se trata, e desde já , agradeço.

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